terça-feira, 15 de maio de 2012

Novamente substituto de Mancini, Roth luta contra rótulo de tampão

Último trabalho de Celso Roth foi no Grêmio, quando comandou o clube em parte do último Brasileiro. Foto: Agência Lance
Último trabalho de Celso Roth foi no Grêmio, quando comandou o clube em parte do último Brasileiro
Foto: Agência Lance
 O Cruzeiro anunciou nesta terça-feira o técnico Celso Roth para substituir Vágner Mancini e comandar a equipe na disputa do Campeonato Brasileiro. Será a terceira vez na carreira que Roth assume o lugar de Mancini e, assim, terá mais oportunidade para, no clube mineiro, acabar com o rótulo de "técnico tampão" e de perder o controle do elenco em momentos decisivos das competições. 

No Cruzeiro, será a terceira vez que Celso Roth assume um trabalho iniciado por Mancini. A primeira vez aconteceu em 2008, no Grêmio. Considerado um técnico revelação por ter levado o modesto Paulista de Jundiaí ao título da Copa do Brasil de 2006, ele assumiu a equipe gaúcha depois de uma passagem pelo AL Nasser-EAU para substituir Mano Menezes. Mas depois de seis jogos, pouco mais de um mês e invicto, o comandante foi demitido. 

A justificativa da diretoria gremista era de que Mancini não se enquadrava ao estilo do futebol gaúcho. Assim, o escolhido foi Celso Roth, que aceitou assumir o clube pela terceira vez na carreira - anteriormente em 1998/99 e 2000/01. O desempenho inicial foi ruim e o Grêmio caiu nas quartas de final do Campeonato Gaúcho contra o Juventude e na segunda fase da Copa do Brasil contra o Atlético-GO. As duas quedas aconteceram no Estádio Olímpico. 

Se o estilo copeiro falhou nos mata-matas, Roth comandou o Grêmio em um brilhante início de Campeonato Brasileiro. A equipe brigou com o Palmeiras pelo título durante a maior parte da competição. Na liderança por 17 rodadas, o time perdeu fôlego e foi ultrapassado pelo São Paulo a cinco jogos do fim. O clube tricolor chegou a rodada derradeira na disputa, ganhou do Atlético-MG por 2 a 0, mas o título ficou com os paulistas após vitória sobre o Goiás em Brasília. 

Pressionado, Roth conseguiu ficar mesmo em meio às críticas de parte da diretoria e de torcedores, mas caiu após derrota em Gre-Nal válido pelas quartas de final do Campeonato Gaúcho de 2009. 

Nem mesmo o bom desempenho na Copa Libertadores salvou o treinador no cargo. Pouco tempo depois da saída do Grêmio, assumiu o Atlético-MG para a disputa do Campeonato Brasileiro. Mais uma vez, Roth liderou a competição por oito rodadas, mas os mineiros caíram de desempenho no fim e terminaram em 7º lugar, ficando fora até da zona de classificação à Libertadores. 

Depois de mais um insucesso no Brasileiro após a equipe cair de rendimento nas rodadas finais, Celso Roth foi demitido do Atlético-MG e só voltou a trabalhar em maio de 2010 para assumir o Vasco. E mais uma vez o nome de Vágner Mancini cruzou o caminho dele. 

Após passar por Vitória (duas vezes) e Santos, Mancini foi anunciado como técnico do clube carioca. E novamente não durou muito tempo, já que deixou o time de São Januário com três meses de trabalho. 

O Vasco ficou com treinador interino por pouco mais de um mês, mas o fraco início de Brasileiro fez o clube trocar Gaúcho por Celso Roth. O começo de trabalho no Rio foi complicado, mas a equipe parecia reagir com uma vitória de virada sobre o Internacional em São Januário. 

Com a parada da competição para a Copa do Mundo, o técnico recebeu um convite do próprio Inter para comandar o clube nos jogos semifinais da Copa Libertadores contra o São Paulo, no lugar do uruguaio Jorge Fossati. 

Mesmo com controvérsia e desconfiança da torcida devido ao histórico de falhar em momentos decisivos, Roth resolveu aceitar o desafio e obteve sucesso. Passou por São Paulo e Chivas e levou o Inter ao segundo título da Copa Libertadores. 

A lua-de-mel terminou, no entanto, com a histórica eliminação para o africano Mazembe na semifinal do Mundial de Clubes, em Abu Dhabi. O treinador foi mantido no cargo, mas voltou a ser demitido após fraca campanha do Inter B no Campeonato Gaúcho de 2011. 

Foram alguns meses desempregados antes de surgir novo convite para comandar o Grêmio no Brasileiro. O bom histórico recente de tirar um clube da crise e levar à disputa do título não funcionou e Roth pediu demissão com a 12ª colocação na competição. Sem emprego desde então, chegou a Belo Horizonte nesta temporada como segunda opção, depois da recusa de Adilson Batista em assumir o Cruzeiro. 

O bom histórico recente de boas campanhas por Atlético-MG e Grêmio no Brasileiro e o título da Libertadores pelo Inter não findaram o estigma de fracassar em momentos decisivos. Assim, Roth começa o trabalho no Cruzeiro para transformar um time limitado em comparação à equipes anteriores e desacreditado em campeão. 

Desde a saída de Adilson Batista após a eliminação na Copa Libertadores para o São Paulo, em 2010, apenas o sucessor Cuca teve passagem destacada no Cruzeiro. No mesmo ano, a equipe brigou até a última rodada pelo título do Nacional e acabou com o vice. Na temporada seguinte, conquistou o título mineiro, mas a eliminação na competição sul-americana para o Once Caldas, três dias depois da conquista, deixou o clube em crise. 

Considerado então o "Barcelona das Américas" pelas boas apresentações na primeira fase da Libertadores e na campanha do título do Mineiro, o clube celeste não conseguiu se acertar depois da chegada de Joel Santana, que foi demitido com o Cruzeiro nas últimas posições do Brasileiro. Mesmo destino do substituto Emerson Ávila. Vágner Mancini foi o escolhido para salvar o time de rebaixamento e conseguiu após goleada histórica sobre o rival Atlético-MG por 6 a 1 na última rodada. 

O ano de 2012, no entanto, não começou bem para a equipe, que iniciou o Campeonato Mineiro com derrota para o Nacional de Nova Serrana. Mas depois Mancini achou a formação ideal com três atacantes e a equipe terminou a fase de classificação na segunda colocação, atrás apenas do Atlético-MG. Todavia, as quatro derrotas seguidas - duas para o América-MG na semifinal do Estadual e duas para o Atlético-PR nas oitavas de final da Copa do Brasil - abreviaram a carreira do treinador na Toca da Raposa. 

A solução para tentar tirar o time que se sagrou vice da Libertadores de 2009 e do Brasileiro de 2010 foi chamar novamente Adilson Batista. Porém, ele não chegou a um acordo financeiro e preferiu permanecer no Atlético-GO para a disputa da principal competição nacional. Assim, Celso Roth foi o escolhido e aceitou assumir o Cruzeiro.

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